O Rio de Janeiro viveu um dos dias mais tensos do ano após uma megaoperação policial contra o Comando Vermelho deixar ao menos 64 mortos e 81 presos nos complexos do Alemão e da Penha. Em meio ao clima de medo e insegurança, o prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou que a cidade “não pode e não vai ficar refém de grupos criminosos que espalham terror nas ruas”.
Durante pronunciamento à imprensa, Paes reforçou que os serviços públicos seguirão funcionando normalmente e garantiu que a prefeitura está atuando para minimizar os impactos da violência na rotina da população. “A vida dos cariocas não pode parar por causa do crime”, declarou o prefeito.
Um dia de guerra nas comunidades
A operação começou nas primeiras horas da manhã e mobilizou centenas de agentes das forças de segurança. Os confrontos se espalharam rapidamente pelas vielas das comunidades, e moradores relataram tiroteios intensos, helicópteros sobrevoando e carros blindados circulando pelas ruas.
Por medo, escolas e unidades de saúde interromperam o funcionamento. Famílias ficaram presas dentro de casa enquanto o som dos disparos ecoava por toda a região. A operação terminou com dezenas de mortos, armas apreendidas e suspeitos detidos. O governo estadual classificou a ação como necessária para “retomar o controle de áreas dominadas pelo tráfico”.
O posicionamento firme do prefeito
Eduardo Paes tentou adotar uma postura de equilíbrio entre a firmeza no combate ao crime e o cuidado com os cidadãos afetados. Segundo ele, a prefeitura continuará prestando assistência nas áreas atingidas e manterá todos os serviços essenciais em funcionamento, como transporte e coleta de lixo.
“O Rio de Janeiro não pode parar. Nós vamos continuar trabalhando com autoridade, comando e responsabilidade para garantir que o cidadão de bem não seja refém da violência”, afirmou o prefeito. Ele também ressaltou que é dever de todos os níveis de governo agir de forma coordenada para enfrentar o avanço do crime organizado.
Clima de tensão e dúvidas sobre o futuro
Apesar das declarações oficiais, o clima nas comunidades segue de incerteza. Moradores relatam medo de novas incursões e cobram mais presença do poder público em ações sociais e de infraestrutura. Especialistas em segurança pública afirmam que operações desse porte, embora mostrem força, raramente produzem resultados duradouros sem políticas de prevenção e investimento em educação e oportunidades.
A megaoperação reacende um velho dilema no Rio: até que ponto a força policial resolve — e quando começa a necessidade de reconstruir a confiança entre o Estado e a população das favelas.
Perguntas e respostas
Sessenta e quatro pessoas morreram, incluindo dois agentes de segurança.
Que os serviços municipais continuassem funcionando e que a prefeitura prestasse apoio às comunidades afetadas.
Que o Rio de Janeiro não pode parar e que o poder público precisa ser implacável contra o crime organizado.












