A megaoperação policial que varreu os complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, deixou mais de 130 mortos, segundo a Defensoria Pública do Estado. A ação, iniciada na manhã de terça-feira (28/10), se estendeu pela madrugada desta quarta (29/10) e é considerada a mais letal da história do estado.
Moradores denunciam tragédia nas comunidades
Durante a madrugada, moradores encontraram dezenas de corpos espalhados pelas ruas e concentrados na Praça da Penha, onde se registraram os confrontos mais intensos. Em meio ao desespero, famílias retiraram os cadáveres da mata por conta própria, tentando localizar parentes desaparecidos após os tiroteios entre policiais e membros do Comando Vermelho.
Vídeos gravados pelos moradores mostram cenas de horror. Em uma das gravações, uma mulher desabafa:
“Eu só quero tirar o meu filho daqui e enterrar. Sabe por quê? Porque não vai dar em nada. A verdade é essa. Aqui tem um monte de gente chorando, mas lá fora tem um monte de gente aplaudindo o que eles fizeram. Isso foi uma chacina.”
Quatro policiais morrem durante a ação
A Secretaria de Segurança Pública confirmou a morte de quatro policiais durante os confrontos. Outros agentes ficaram feridos e seguem internados. Segundo o governo, o objetivo da operação era desarticular a facção que domina a região e restabelecer o controle territorial das comunidades.
Mesmo com o discurso oficial, o saldo de mortos gerou forte reação entre entidades de direitos humanos. A Defensoria Pública anunciou que pedirá investigação independente sobre as circunstâncias das mortes, classificando o episódio como “uma tragédia sem precedentes”.
A operação mais letal da história do Brasil
Caso o número de vítimas seja confirmado, a ação ultrapassará o massacre do Carandiru, em São Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos. Assim, o episódio se tornará a operação policial mais letal da história do país, reacendendo o debate sobre o uso da força e a política de segurança nas favelas cariocas.
Perguntas e respostas
Mais de 130 pessoas, segundo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro.
Nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio.
Eles denunciam que a operação foi uma chacina e relatam ter recolhido corpos por conta própria.
Sim. Quatro agentes morreram durante os confrontos.












