O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (28) que o governo federal não recebeu nenhum pedido de apoio do Rio de Janeiro para a megaoperação policial que deixou 64 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. A declaração, feita durante coletiva de imprensa no Ceará, ocorre em meio à troca de acusações entre o ministro e o governador fluminense Cláudio Castro (PL) sobre a ausência de cooperação entre as esferas federal e estadual.
O ministro rebate críticas e esclarece papel do governo federal
Ao ser questionado sobre o caso, Lewandowski foi categórico: “Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro, nem hoje, nem ontem, absolutamente nada”. O ministro explicou que, constitucionalmente, a responsabilidade pela segurança pública cabe aos estados e que a União só atua quando há solicitação formal ou quando se trata de operações conjuntas previamente autorizadas.
Ele também lembrou que o Ministério da Justiça tem atendido pedidos de outros governos estaduais, oferecendo recursos, equipamentos e suporte técnico. “O governo federal tem cumprido seu papel, mas é importante deixar claro que cada ente federativo tem suas próprias atribuições”, completou o ministro, em tom de firmeza.
O silêncio do Rio e o desgaste político
A fala de Lewandowski contrasta com as declarações anteriores de Cláudio Castro, que afirmou não ter pedido ajuda à União por acreditar que seria ignorado, como teria ocorrido em ocasiões anteriores. O governador também declarou que o Rio “está lutando sozinho” contra o crime organizado, em referência à operação que se tornou a mais letal da história do estado.
Nos bastidores, a troca de declarações reforça o clima de tensão entre o governo federal e o Palácio Guanabara. A disputa se intensifica em um momento delicado, quando a escalada da violência volta a colocar o Rio de Janeiro sob os holofotes nacionais. Para analistas políticos, o embate revela falhas de comunicação institucional e o uso político de temas ligados à segurança pública.
Impactos e questionamentos sobre a operação
A megaoperação, que tinha como alvo o Comando Vermelho, resultou em dezenas de mortes, apreensão de armas e prisões de suspeitos. Apesar do saldo apresentado pelo governo estadual, a ação também levantou críticas de entidades de direitos humanos e especialistas, que cobram mais transparência e planejamento.
Lewandowski evitou comentar os resultados da operação, mas reiterou que as ações de grande porte exigem planejamento conjunto para evitar “tragédias e descoordenação”. Até o momento, o Ministério da Justiça não confirmou se pretende pedir explicações formais ao governo do Rio.
Perguntas e respostas
- O que disse Ricardo Lewandowski sobre o pedido do Rio?
Ele afirmou que não recebeu nenhuma solicitação formal de apoio do governo fluminense. - Quem é responsável pela segurança pública nos estados?
Segundo o ministro, essa responsabilidade é constitucionalmente dos governadores. - Por que a declaração gerou polêmica?
Porque contradiz o discurso de Cláudio Castro, que afirmou ter agido sem apoio por falta de resposta do governo federal.












