“Traficantes tratados como inimigos do Estado”: nova sigla de Kim Kataguiri propõe pena de morte para faccionados; veja vídeo

O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) anunciou a formação do novo partido Partido Missão e expôs um projeto de segurança pública com propostas radicais, como “pena de morte e prisão perpétua para faccionados”. Em entrevista recente, ele determinou que organizações criminosas “devem ser tratadas como inimigos do Estado”, dando tom de guerra à retórica de combate ao crime organizado.

Como funciona o novo partido e por que ele surge agora

O Partido Missão vem do legado do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo que alcançou grande protagonismo político nos últimos anos. Pretendendo registrar a legenda para disputar eleições em vários níveis, Kataguiri afirma que quer uma alternativa que rompa com os partidos tradicionais. A sigla carrega uma agenda voltada à “nova direita” e à reformulação das prioridades de Estado. O anúncio ocorre em momento de intensa polarização política, o que pode dar tração à proposta — ou levar ao isolamento institucional.

A proposta de “guerra ao crime” e suas implicações

Na entrevista, o deputado defendeu uma postura de combate extremo ao crime organizado. Ele afirmou que o sistema penal deve admitir pena de morte e prisão perpétua para integrantes de facções. A frase “devem ser tratados como inimigos do Estado” se destaca pela dureza e por sinalizar uma ruptura com a tradição jurídica brasileira, que proíbe pena capital e tem prisão perpétua vigente apenas em hipóteses específicas para crimes militares. A proposta abre questionamentos sobre viabilidade, constitucionalidade e repercussão internacional. Especialistas em segurança alertam que, embora a impaciência com a criminalidade seja real, as reformas mais profundas exigem mais do que medidas punitivas extremas.

Os riscos, os apoios e o cenário eleitoral

O projeto de Kataguiri enfrenta barreiras jurídicas — a Constituição brasileira veda pena de morte para crimes comuns. Mesmo assim, o discurso pode encontrar simpatia em parcelas da população que percebem o Estado como refém do crime. Por outro lado, o caminho para registro da legenda ainda precisa cumprir etapas no Tribunal Superior Eleitoral, e a prova será inscrever candidatos competitivos. No plano político-eleitoral, o Partido Missão pode atuar como catalisador de novas alianças ou divisão de votos à direita. A postura de Kataguiri de não apoiar ninguém da família Bolsonaro, e de buscar um perfil distinto no eleitorado, reforça a tentativa de se diferenciar.

O debate está aberto: até que ponto medidas extremas são respostas válidas para a crise da segurança? E qual será o preço para a democracia e para o sistema de garantias quando discursos de “guerra ao crime” ganham força?

Perguntas curtas e curiosas

  1. O que o novo Partido Missão propõe para integrantes de facções?
    • Pena de morte e prisão perpétua, segundo o deputado Kim Kataguiri.
  2. Como Kataguiri justifica o tom militarizado ao falar de segurança pública?
    • Ele afirma que os criminosos organizados devem ser tratados como “inimigos do Estado”.
  3. Qual o principal desafio jurídico das propostas anunciadas?
    • A Constituição brasileira proíbe pena de morte para crimes comuns e não prevê prisão perpétua como regra, o que exige mudanças legislativas profundas.