Operação da Penha: 121 mortos, corpos na mata e uma guerra que expôs o caos no Rio; veja vídeo

O Complexo da Penha voltou a ser manchete nacional após uma das operações mais letais da história do Rio de Janeiro. O número de mortos já chega a 121 — incluindo quatro policiais —, em uma ação que escancarou o poder do tráfico e as falhas na resposta do Estado. A cena de dezenas de corpos retirados por moradores da mata transformou o caso em um símbolo de desordem e desconfiança.

Corpos expostos e uma investigação explosiva

O secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que vai investigar por fraude processual todos os envolvidos na remoção dos corpos feita por moradores. Segundo ele, a ação comprometeu o trabalho da perícia e pode ter alterado provas cruciais.


Populares carregaram mais de 70 corpos até uma praça da comunidade, em uma tentativa desesperada de chamar atenção. Alguns estavam apenas de cueca, já que os populares retiraram as roupas camufladas usadas pelos criminosos antes da exposição. A imagem chocante viralizou e levantou suspeitas sobre possíveis execuções e desaparecimentos.

O arsenal do crime: fuzis, drogas e drones

A operação tinha como objetivo enfraquecer o Comando Vermelho, facção que domina parte da zona norte. A polícia apreendeu 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver e toneladas de drogas ainda não contabilizadas. Os agentes prenderam 113 suspeitos, incluindo 33 vindos de outros estados, e detiveram 10 menores infratores.

De acordo com o balanço oficial, os confrontos causaram 58 mortes na terça-feira (28) e 63 no dia seguinte. Em paralelo, os criminosos usaram drones, granadas e barricadas para tentar conter o avanço das forças de segurança, que classificaram o confronto como uma verdadeira “batalha urbana”.

O peso das dúvidas e o medo nas ruas

Enquanto a polícia promete investigar excessos e punir irregularidades, moradores relatam noites em claro, casas perfuradas por tiros e escolas fechadas. O clima é de medo e desconfiança.
A Secretaria de Segurança afirma que o foco da operação foi retomar o controle de áreas dominadas pelo tráfico, mas o alto número de mortos levanta questionamentos sobre o método.
Entre a necessidade de combater o crime e o dever de preservar vidas, o Rio se vê novamente dividido — e à espera de respostas que ainda não vieram.

Perguntas e respostas

Por que os corpos foram levados pelos moradores?

Porque o local era de difícil acesso e a polícia não atuava no momento da descoberta.

O que significa fraude processual nesse contexto?

É quando alguém altera provas ou interfere em um crime, prejudicando a investigação.

Essa operação pode mudar a política de segurança do Rio?

Sim. A repercussão pode levar à revisão de protocolos e ao aumento da pressão sobre o governo.