O observatório Heller & Jung, em Taquara, a cerca de 80 quilômetros de Porto Alegre, registrou a passagem de um meteoro do tipo “fireball”, conhecido popularmente como bola de fogo. O fenômeno, que surgiu de maneira repentina, apresentou magnitude de -4,2 e percorreu a atmosfera por apenas 0,57 segundo. Ele entrou a 100 quilômetros de altitude e se desintegrou a 52 quilômetros do solo, cruzando o céu do Rio Grande do Sul com brilho intenso.
Logo após o registro, os astrônomos confirmaram que se tratava de uma das aparições mais luminosas dos últimos meses. O brilho excepcional chamou atenção tanto de especialistas quanto de observadores amadores, que acompanharam o fenômeno por meio de câmeras e plataformas de monitoramento astronômico.
Entenda o que torna uma bola de fogo tão especial
Enquanto meteoros comuns riscam o céu de forma discreta, as bolas de fogo se destacam pela intensidade luminosa. Os astrônomos classificam assim os meteoros que superam o brilho de planetas como Vênus, o mais visível a olho nu. Dessa forma, quando um corpo celeste atinge magnitude menor que -3, ele ganha o título de fireball.
Além de oferecer um espetáculo visual impressionante, essas ocorrências têm grande relevância científica. Ao estudar a trajetória e a velocidade do meteoro, os pesquisadores conseguem determinar sua origem, identificando fragmentos de asteroides ou cometas. Assim, cada registro contribui para o avanço da astronomia e para o entendimento de como pequenos corpos interagem com a atmosfera terrestre.
Chuva de meteoros Orionídeas intensifica os registros
Coincidentemente, o meteoro gaúcho cruzou o céu durante o pico da chuva de meteoros Orionídeas, que ocorre todos os anos em outubro. Essa chuva se forma a partir dos resíduos deixados pelo famoso cometa Halley, que passa próximo à Terra a cada 76 anos. Durante esse período, fragmentos do cometa entram na atmosfera e queimam, criando riscos luminosos que podem ser vistos em diversas partes do Brasil.
Por causa da ausência de nuvens e da pouca luminosidade da Lua, as condições de observação ficaram ideais. Assim, os observadores conseguiram registrar de 10 a 20 meteoros por hora, reforçando o caráter espetacular do fenômeno.
Interesse científico cresce com registros nacionais
Cada vez mais, eventos como esse despertam o interesse de centros de observação e universidades em todo o país. A expansão de câmeras automáticas e softwares de rastreamento permite que meteoros sejam monitorados com precisão. Por isso, o episódio no Rio Grande do Sul reforça a importância de iniciativas que incentivam a observação do céu e o estudo de fenômenos naturais, especialmente em regiões menos exploradas cientificamente.
Perguntas frequentes
Ele apresentou magnitude -4,2, o que significa um brilho mais intenso que o de Vênus, tornando-o visível mesmo a grandes distâncias.
A chuva ocorre quando a Terra atravessa os rastros deixados pelo cometa Halley, que libera partículas que se incendeiam ao entrar na atmosfera.
Sim, embora imprevisíveis em exatidão, as chuvas anuais como as Orionídeas aumentam a probabilidade de novas bolas de fogo visíveis no céu.











