A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, em uma audiência pública no Senado, emitiu um sério alerta sobre os impactos que as mudanças climáticas estão causando nos biomas brasileiros. Ela enfatizou que a combinação de baixa precipitação, aumento da evapotranspiração e perda da vegetação, intensificada pelas queimadas e pelo desmatamento, tem acelerado a degradação dos biomas. Marina Silva reforçou que essas condições estão piorando rapidamente e exigem respostas imediatas do poder público.
Publicado por @siteomatogrossenseVer no Threads
Queimadas e desmatamento aceleram a destruição
As queimadas e o desmatamento exercem um papel central na destruição dos biomas. Quando a vegetação é removida, o ciclo natural da evapotranspiração se interrompe. Esse processo, no qual as plantas liberam vapor d’água que contribui para a formação de nuvens e chuvas, torna-se menos eficaz. Como resultado, a formação de chuvas diminui, agravando as secas, especialmente em biomas sensíveis como a Amazônia e o Cerrado.
Além disso, o desmatamento libera enormes quantidades de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, o que agrava ainda mais o aquecimento global. No Brasil, as emissões anuais de CO₂ provenientes do desmatamento são expressivas, elevando as temperaturas e exacerbando as secas, especialmente nas regiões já vulneráveis, como o Nordeste e o Centro-Oeste. Nessas áreas, a evaporação da água intensifica-se cada vez mais.
Evapotranspiração sob ameaça
A evapotranspiração é essencial para o equilíbrio hídrico dos biomas. No entanto, com a destruição das florestas, tanto a evaporação da água do solo quanto a transpiração das plantas reduzem drasticamente. Isso compromete seriamente a formação de chuvas e o controle climático, principalmente em regiões como o Pantanal e a Amazônia.
Pesquisas indicam que, sem a cobertura florestal, a taxa de evapotranspiração cai significativamente. Em alguns pontos da Amazônia, essa redução pode ser tão drástica que há o risco de transformação em áreas de savana. Até o final do século, o volume de chuvas na Amazônia poderá cair em até 20%, resultando em uma perda devastadora de biodiversidade e profundas alterações climáticas.
O “novo normal” e a necessidade de ação
Marina Silva descreveu a atual situação como um “novo normal”, onde eventos extremos, como secas prolongadas e incêndios florestais, estão se tornando cada vez mais frequentes. Para lidar com esse cenário, são necessárias ações rápidas e eficazes, tanto em termos de políticas públicas quanto em investimentos tecnológicos para recuperação ambiental. A inação pode acelerar a degradação dos biomas e comprometer os serviços ecossistêmicos dos quais milhões de brasileiros dependem.
Soluções para proteger os biomas
É imprescindível que medidas sejam adotadas de forma imediata para mitigar esses impactos. Primeiramente, precisamos reforçar a proteção das florestas, garantindo sua preservação a longo prazo. Ao mesmo tempo, é essencial que se invista fortemente em programas de reflorestamento, restaurando áreas degradadas e promovendo a regeneração da vegetação nativa. Paralelamente, combater a exploração ilegal de recursos naturais torna-se uma ação crucial para evitar a destruição desenfreada dos biomas. Além disso, é fundamental que o Brasil adote, de maneira urgente, modelos econômicos sustentáveis, que promovam o desenvolvimento das regiões que dependem da agricultura e da pecuária, sem comprometer a integridade dos biomas.