A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), fez um forte apelo à direção nacional do partido durante o Encontro PL Mulher, realizado em Sorriso, para que sejam adotadas medidas contra atitudes que ela classifica como violência política de gênero. O motivo foi um episódio em que o também integrante do PL, Samir Japonês, vereador no município, a chamou de “mentirosa” durante uma sessão da Câmara que discutiu o histórico problema de abastecimento de água na cidade.
O ataque e a repercussão local
Nas falas, o vereador acusou a gestão municipal de não resolver o problema de água e direcionou críticas à prefeita em tom pessoal. A prefeita, por sua vez, afirmou que o episódio não foi apenas uma divergência política, mas reflete um padrão de violência com mulheres que exercem poder em um partido tradicionalmente masculino. Ela contou que a situação afeta não só ela, mas sua mãe, visivelmente abalada com a exposição pública. A Secretaria de Governo do município repudiou o fato e classificou o discurso como “injusto” e “desrespeitoso”.
A tensão entre Legislativo e Executivo no município
O episódio evidencia a fragilidade da articulação entre Executivo e Legislativo em Várzea Grande. Samir Japonês era líder da prefeita no Legislativo, mas rompeu com a base e passou a criticar abertamente a administração. A crise explodiu quando o debate sobre o Departamento de Água e Esgoto (DAE) se tornou foco central, com moradores reclamando de falta de água há décadas. O embate interno no PL revela que além da disputa por cargos, há conflito de narrativa e lealdade na própria base partidária da prefeita.
Implicações para a gestão da prefeita e o futuro do partido
O desabafo de Flávia Moretti não é apenas simbólico. Ao levar o tema à direção nacional do PL, ela sinaliza que busca apoio institucional para enfrentar uma resistência interna. Para o partido, o caso acende luzes sobre como são tratados os episódios de misoginia política dentro de seus quadros. Já para a prefeita, o desafio imediato é manter o foco da gestão em temas essenciais — como a crise hídrica — enquanto lida com desgaste político. A eficácia das medidas que vierem do partido será testada em curto prazo.
A disputa em Várzea Grande mostra que o conflito político não está restrito a partidos adversários e sim pode emergir dentro da mesma legenda. Quando o debate institucional vira questão pessoal, a governança pode sofrer reflexos negativos — e a atenção pública acaba voltada não apenas para obras ou serviços, mas para o tom e a forma da disputa.
Perguntas curiosas
1. Por que a prefeita considerou o ataque mais que crítica política?
Ela interpretou o uso do termo “mentirosa” em sua direção como manifestação de violência política de gênero, e não apenas como divergência administrativa.
2. Qual o impacto desse episódio para o PL local?
Ele expõe fissuras na base partidária, revela disputas internas e lança desafio ao partido de lidar com condutas dentro de seus próprios membros.
3. O que está em jogo para a prefeita após o desabafo?
A manutenção da sua agenda de gestão focada em serviços públicos essenciais, além de ganhar respaldo para enfrentar disputas políticas internas que podem enfraquecer sua liderança.










