O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta terça-feira (28) que não contou com apoio do governo federal durante a megaoperação contra o Comando Vermelho, realizada nos complexos do Alemão e da Penha. A ação terminou com 64 mortos, 81 presos e foi classificada como a mais letal da história do estado.
Segundo Castro, o estado agiu com recursos próprios e sem qualquer auxílio da União. A declaração abriu um novo capítulo de tensão entre o governo fluminense e o Palácio do Planalto, reacendendo o debate sobre a responsabilidade compartilhada pela segurança pública.
O governador e o recado político
Durante coletiva de imprensa, Cláudio Castro justificou que não solicitou ajuda do governo federal porque, em outras ocasiões, pedidos semelhantes teriam sido ignorados. Ele afirmou que o Rio está “lutando praticamente sozinho” contra o crime organizado e que a falta de apoio tem dificultado o avanço das ações de segurança.
“Não é uma guerra apenas do Rio de Janeiro, mas do Brasil. O crime que mata aqui é o mesmo que age nas fronteiras, no tráfico de armas e drogas. É uma luta nacional”, disse o governador, ressaltando que o objetivo da operação foi enfrentar “o coração da criminalidade”.
O contraponto do governo federal
Após a repercussão da declaração, a ministra Gleisi Hoffmann afirmou que Cláudio Castro não quis atacar o governo federal, mas apenas explicar que não solicitou apoio desta vez porque “em outras demandas não teria sido atendido”.
O Ministério da Justiça também negou qualquer omissão e destacou que não houve pedido formal por parte do estado. Fontes ligadas à pasta afirmam que o governo federal tem apoiado o Rio em operações conjuntas, mas que cada ação depende de solicitação oficial e planejamento conjunto.
Apesar da tentativa de apaziguar a situação, o episódio evidenciou ruídos de comunicação entre os dois governos e levantou dúvidas sobre a falta de integração em ações de grande porte.
A operação e o impacto no Rio
A ofensiva contra o Comando Vermelho começou nas primeiras horas da manhã e mobilizou milhares de agentes. O confronto, que se estendeu por mais de 12 horas, deixou dezenas de mortos, entre eles suspeitos e policiais. A operação também paralisou parte da cidade, com escolas e postos de saúde fechados.
A magnitude da ação e o número de vítimas reacenderam o debate sobre os limites do uso da força policial e a eficácia de grandes operações em áreas densamente povoadas. Enquanto o governo estadual defende que a ofensiva foi necessária, organizações sociais cobram transparência e investigação sobre as circunstâncias das mortes.
Perguntas e respostas
- Por que Cláudio Castro disse que o Rio não teve apoio federal?
Porque afirmou que, em operações anteriores, o governo federal não respondeu aos pedidos de ajuda. - O que disse o governo federal sobre a declaração?
Que não houve ataque político e que o Rio não formalizou pedido de apoio para esta operação. - Por que a operação foi considerada histórica?
Porque deixou 64 mortos e 81 presos, tornando-se a mais letal da história do Rio de Janeiro.












