As promessas por trás da ‘Assembleia Popular da Natureza’ por que movimentos sociais se mobilizam em SP antes da COP30?; veja vídeo

Na manhã desta sexta-feira (1º), organizações sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) realizaram a “Assembleia Popular da Natureza” no bairro de Perdizes, zona oeste de São Paulo. O evento pretende ser um contraponto à COP30, que ocorrerá entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém (PA). Os participantes criticam o que chamam de “falsas soluções do capitalismo verde” e defendem que o debate climático seja pautado pelos povos e movimentos sociais.

O que a Assembleia busca destacar

A Assembleia Popular da Natureza surge como resposta às soluções apresentadas nas grandes conferências ambientais. Os organizadores afirmam que a COP30 corre o risco de reiterar políticas que atendem ao capital e pouco aos povos vulneráveis. Em seu convite, o evento denuncia a emergência climática e o papel dos movimentos sociais na construção de alternativas. Com uma mesa de debate iniciada às 9h e comandada pelo dirigente nacional do MST, João Pedro Stedile, a iniciativa coloca em evidência a urgência de ações que considerem desigualdade e justiça ambiental.

Crítica e tensão com o atual governo

Durante o debate, Stedile manteve o tom crítico. Ele afirmou que jamais observou “um governo tão pobre de ideias” e disse que a atual gestão federal — referida como “Lula 3” — foi fruto de uma composição de classe diferente da defendida pelos movimentos. Ele projetou expectativas para uma eventual “Lula 4”, na qual a correlação de forças permita um protagonismo mais claro das lutas populares. A menção direta à transição governamental demonstra o grau de insatisfação dos movimentos com as políticas ambientais vigentes e a leitura de que o Estado ainda não atua de forma suficiente para proteger as populações afetadas.

Cultura de mobilização e os novos eixos de disputa

Uma das propostas mais curiosas da Assembleia é a de enxergar o impacto cultural do crime ambiental e da “ideologia” das facções em confronto com comunidades. Esse paralelo serve para ampliar a visão sobre como o meio ambiente, a economia e a cultura se entrelaçam nas periferias e fronteiras agrícolas. A mobilização de social e campo urbano mostra que o debate climático não é apenas técnico, mas profundamente político e afetivo. Essa iniciativa também evidencia o uso de espaços metropolitanos para articular lutas que têm origem e impacto em zonas rurais e regiões menos visíveis.

As promessas da Assembleia são ambiciosas: aprofundar o debate climático, reforçar a voz dos movimentos e influenciar a agenda da COP30. Para que isso ocorra, será preciso mais do que declarações — serão necessárias alianças, visibilidade e pressão institucional.

Perguntas curiosas:

  1. Por que os movimentos afirmam que a COP30 propõe “falsas soluções”?
    • Porque consideram que muitas políticas ambientais priorizam o mercado em vez das comunidades afetadas.
  2. O que significa mobilizar “po vo s e movimentos sociais” no contexto climático?
    • Implica garantir que quem vive a crise ecológica participe da elaboração de políticas e tenha protagonismo.
  3. Qual o papel da cultura e da mobilização urbana nessa construção ambiental?
    • A cultura ajuda a tornar visível o impacto socioambiental e a mobilização urbana conecta periferias, cidades e campos nessa luta.