O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), voltou a causar repercussão nacional ao comentar a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que terminou com 121 mortes. Em entrevista, o governador classificou a ação como “bem planejada e bem-sucedida”, elogiando a atuação das forças de segurança e afirmando que o crime organizado deve ser tratado como terrorismo.
“Quem ocupa território é terrorista”
Zema afirmou que as facções criminosas funcionam como verdadeiros grupos paramilitares e representam uma ameaça à soberania nacional. “Quem ocupa espaço é terrorista. Se um país invadir o Brasil, não vamos aplaudir. Essas facções dominam territórios e usam armamentos que deveriam ser exclusivos das Forças Armadas”, declarou.
O governador lamentou a morte de quatro agentes durante a operação, mas manteve sua posição de que o confronto foi necessário. Segundo ele, o poder público não pode mais recuar diante do domínio das facções em comunidades urbanas.
A guerra contra o crime e o “Consórcio da Paz”
As declarações vieram poucos dias após o anúncio do Consórcio da Paz, uma iniciativa proposta por Zema para integrar os estados em ações conjuntas de combate ao crime organizado. A ideia é criar uma rede de cooperação entre as forças de segurança estaduais, trocando informações de inteligência e estratégias para enfraquecer financeiramente as facções.
Zema também reforçou que o enfrentamento ao crime precisa ir além da repressão policial. “Não podemos agir sozinhos. O crime organizado se adaptou e se espalhou. É preciso uma resposta nacional, com coordenação e firmeza”, disse.
“O crime virou estilo de vida”
Em tom mais crítico, Zema também relacionou o avanço das facções ao impacto cultural que o crime exerce sobre os jovens. “Hoje o crime é uma ideologia. Tem música, tem filme, tem estilo de moda e até estilo de vida. Isso atrai cada vez mais jovens”, afirmou. Para o governador, a glamorização da criminalidade cria um ambiente onde a violência é normalizada e até admirada.
Especialistas em segurança pública, porém, ponderam que o combate à criminalidade também passa pela oferta de oportunidades e educação — temas que o próprio governador reconhece como essenciais para quebrar o ciclo de violência.
Apesar das críticas e polêmicas, Zema manteve o tom firme. Para ele, a operação no Rio representa um modelo de ação coordenada que deveria ser seguido em outros estados. “As famílias brasileiras merecem segurança. Não podemos deixar o medo vencer”, concluiu.
Perguntas e respostas
Porque, segundo ele, elas dominam territórios e desafiam o Estado com armamento pesado.
Um projeto que busca unir os estados em ações integradas contra o crime organizado.
Ele acredita que músicas, filmes e estilos de vida glamorizam o crime e influenciam jovens.










