O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) reagiu de forma dura à decisão da Câmara dos Deputados de cassar os mandatos dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ). Ao comentar o caso, Cattani afirmou que a medida é “absurda” e ultrapassa a esfera individual dos parlamentares, atingindo diretamente os eleitores que os escolheram nas urnas.
A declaração foi dada à imprensa e rapidamente repercutiu no meio político. O posicionamento reforça a polarização em torno do tema e amplia o debate sobre o papel do Legislativo na punição de seus próprios membros.
Argumento central mira o voto popular
Para Gilberto Cattani, a cassação não se limita a retirar um mandato, mas anula a vontade expressa por milhões de eleitores. O deputado destacou que Eduardo Bolsonaro foi o parlamentar mais votado da história do Brasil, usando esse dado como símbolo do peso eleitoral envolvido na decisão.
Na avaliação dele, ao retirar o mandato de um deputado eleito, o Parlamento enfraquece a confiança do eleitor no sistema democrático. Esse discurso encontra eco entre setores que defendem que a soberania do voto deve ser preservada ao máximo.
Cassações dividem o Congresso
A decisão da Câmara também expôs divergências internas. Parlamentares favoráveis à cassação defendem que o mandato não é um direito absoluto e que deve haver responsabilização quando há descumprimento de normas legais ou regimentais. Para esse grupo, a punição é um instrumento necessário para preservar a credibilidade da instituição.
Já os críticos, como Cattani, sustentam que o uso desse mecanismo precisa ser criterioso para não se transformar em ferramenta de disputa política. O temor, segundo eles, é que a cassação passe a ser vista como forma de silenciar adversários.
Reação fora de Mato Grosso e nas redes
A fala do deputado estadual ultrapassou o cenário local e ganhou espaço em debates nacionais. Aliados do PL em outros estados reproduziram o discurso, enquanto opositores questionaram a interpretação de que a cassação invalida automaticamente o voto popular.
Nas redes sociais, o tema gerou forte engajamento. De um lado, usuários apontam risco de enfraquecimento da democracia representativa. De outro, há quem defenda que a legalidade deve prevalecer sobre o resultado eleitoral.
Legalidade, legitimidade e percepção pública
Especialistas em ciência política costumam diferenciar legalidade e legitimidade. Uma cassação pode ser legal do ponto de vista jurídico, mas ainda assim enfrentar resistência social se parte do eleitorado a considerar injusta ou excessiva.
Nesse cenário, declarações como a de Gilberto Cattani contribuem para manter o tema em evidência e pressionam o Congresso a justificar de forma clara os fundamentos de suas decisões.
Perguntas frequentes:
A cassação anula os votos recebidos pelo deputado?
Não formalmente, mas retira a representação escolhida pelos eleitores.
A Câmara tem poder para cassar mandatos?
Sim, desde que siga os trâmites legais previstos no regimento.
A fala de Cattani muda a decisão?
Não juridicamente, mas amplia o debate político e público.









