O Dia de Finados costuma reunir famílias que visitam cemitérios para prestar homenagens, reacender memórias e fortalecer vínculos com aqueles que partiram. Entre flores, orações e silêncio respeitoso, algumas histórias se destacam pela maneira singular com que transformam a dor em gesto de cuidado. Em Várzea Grande, o aposentado Jorge Zucchi decidiu homenagear a esposa, Neide, com uma atitude que chamou atenção de visitantes e servidores do cemitério: ele criou o “Jardim da Neide” e mantém flores vivas no túmulo por meio de um poço artesiano que ele mesmo cavou.
Amor que atravessa o luto e floresce entre as lápides
Jorge perdeu Neide durante a pandemia, depois de 38 anos de casamento. Ele relatou que não pôde se despedir da companheira, devido às restrições sanitárias impostas na época. Sem aceitar que a ausência fosse marcada apenas por saudade, ele decidiu que o túmulo não seria um espaço frio e sem vida. Ele plantou flores, cuidou do solo e, com o tempo, criou um pequeno jardim que passou a simbolizar a continuidade do amor.
O viúvo visita o local frequentemente, conversa com a esposa e cultiva as plantas com dedicação. O gesto emocionou visitantes, que passaram a observar que o túmulo havia se transformado em um ponto de cor e sensibilidade em meio à rotina dos cemitérios.
Poço artesiano virou fonte de vida para manter a homenagem
A preocupação de Jorge com a manutenção do jardim o levou a cavar um poço artesiano no cemitério para garantir água suficiente às flores. Ele não quis depender apenas da boa vontade de funcionários ou de chuvas ocasionais. Com ferramentas simples e persistência, ele criou uma solução definitiva para manter o espaço cuidado. O “Jardim da Neide” passou a inspirar outras famílias, que viram na iniciativa um exemplo de como transformar saudade em cuidado contínuo. O ambiente se tornou ponto de visita para quem busca conforto emocional, especialmente no Dia de Finados.
Histórias que reforçam esperança e ressignificam a perda
Por fim a atitude de Jorge reforça um movimento que vem ganhando força no Brasil: transformar o luto em ato de memória afetiva. Psicólogos destacam que rituais simbólicos podem ajudar pessoas enlutadas a ressignificar a dor e reconstruir a própria rotina.
Perguntas frequentes:
Sim. Muitos visitantes param para observar e se inspirar no gesto.
Ele usa a água para manter as flores vivas e garantir o cuidado contínuo.
Sim. Pessoas relataram que passaram a decorar e cuidar mais dos túmulos de seus entes queridos.












