Por muito tempo, eu achei que o amor da minha vida e o amor para a minha vida fossem exatamente a mesma coisa. Hoje eu sei que não são. Eles até podem se parecer no começo, mas caminham em direções completamente diferentes. A confusão acontece porque um mexe muito com a emoção, e o outro conversa diretamente com a razão e com a paz.
O amor da minha vida é aquele que chega intenso, rápido e avassalador. Ele desperta paixão, desejo, expectativa e uma vontade enorme de viver aquilo como se fosse único. É o amor que faz o coração acelerar, tira o sono e ocupa todos os pensamentos. Só que, junto com a intensidade, vêm as dúvidas, os conflitos e a instabilidade. Ele marca profundamente, mas nem sempre consegue ficar, porque vive mais de emoção do que de construção.
Já o amor para a minha vida é completamente diferente. Ele não chega causando confusão, mas trazendo segurança. É o amor que respeita, acolhe e caminha junto. Não exige provas constantes, não gera medo de perder e não faz a gente viver em alerta. É o amor que constrói rotina, planos e futuro, sem precisar de drama para se sustentar.
O grande erro — que eu mesma já cometi — é achar que intensidade é sinônimo de amor verdadeiro. A gente acredita que, se não doer, não for difícil ou não causar frio na barriga, não é amor. E assim, tenta transformar o amor da minha vida em amor para a minha vida, ignorando que um ensina e o outro permanece.
Hoje, eu entendo com mais clareza: o amor da minha vida fez parte da minha história e do meu amadurecimento. O amor para a minha vida ainda não chegou, mas eu sei exatamente como ele deve ser. E dessa vez, eu não quero confundir emoção com destino — porque amor bom não confunde, não aperta e não machuca; ele tranquiliza.









