Uma publicação recente do prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, voltou a colocar os furtos de fios no centro do debate sobre segurança pública. Ao comentar a dificuldade das forças policiais em lidar com esse tipo de crime, o prefeito afirmou que “o policial fica mais tempo registrando a ocorrência que o ladrão de fios fica na delegacia”. A frase viralizou e trouxe à tona um problema que causa prejuízos frequentes à cidade.
Furto de cabos cresce e impacta diretamente iluminação e serviços essenciais
Nos últimos meses, o furto de fios se tornou um dos principais motivos de interrupções na iluminação pública, falhas em semáforos e instabilidade em serviços básicos. Cada ocorrência exige deslocamento de equipes, compra de novos materiais e reparos emergenciais, aumentando os custos para o município. Ruas ficam escuras, avenidas se tornam inseguras e comerciantes relatam perdas devido ao aumento da criminalidade em áreas sem iluminação.
A prática se tornou recorrente porque o cobre e o alumínio presentes nos cabos têm grande valor no mercado clandestino, incentivando o crime e dificultando a reposição constante feita pela prefeitura.
Burocracia policial e fragilidades da legislação frustram profissionais da segurança
O desabafo de Abilio reflete um ponto já levantado por policiais: a burocracia para registrar ocorrências é extensa, enquanto a legislação permite a liberação rápida dos detidos. Muitos casos são enquadrados como furto simples, o que possibilita que o suspeito deixe a delegacia pouco tempo depois de ser detido.
Essa dinâmica cria um ciclo difícil de quebrar. Policiais voltam às ruas sabendo que o mesmo criminoso pode ser flagrado novamente poucas horas depois, enquanto o município continua arcando com os prejuízos das reposições e danos às estruturas urbanas.
Prefeitura busca ações integradas para frear o crime
Diante do aumento nas ocorrências, a prefeitura defende medidas conjuntas entre polícia, órgãos de fiscalização e empresas fornecedoras de infraestrutura elétrica. O objetivo é combater não só o furto, mas principalmente a receptação dos cabos, considerada o “coração econômico” desse tipo de crime.
A gestão também estuda ampliar o monitoramento eletrônico e reforçar o patrulhamento em áreas que registram furtos recorrentes. A prefeitura argumenta que, sem coibir os compradores ilegais de cobre, o crime continuará sendo financeiramente vantajoso para pequenos grupos organizados.
Perguntas frequentes:
Por que o furto de fios aumenta tanto?
Porque o cobre tem alto valor no mercado clandestino e a punição é branda.
O que causa mais prejuízo para a cidade?
A reposição constante de cabos e os danos aos serviços de iluminação e trânsito.
Qual a solução mais apontada por especialistas?
Fiscalizar ferros-velhos e combater a receptação, que mantém o crime lucrativo.












