O programa municipal que prometia distribuir gratuitamente canetas emagrecedoras a pessoas com sobrepeso em Cuiabá continua sem sair do papel. Anunciada como uma iniciativa inédita no país, a proposta defendida pelo prefeito Abilio Brunini (PL) e pela vereadora Michelly Alencar (União) está paralisada por falta de um protocolo oficial que permita aos médicos da rede pública aplicar o medicamento. Embora o prefeito reafirme que o projeto será implantado, ainda não existe previsão de início.
A iniciativa ganhou destaque em 12 de junho, quando Michelly anunciou a destinação de R$ 1,2 milhão de emenda parlamentar para aquisição do Mounjaro, medicação utilizada para controle de peso que se tornou conhecida por resultados expressivos em pacientes com obesidade. Na ocasião, Abilio chegou a declarar que ele próprio já utilizou a substância, reforçando apoio político à proposta.
Ausência de protocolo impede médicos de iniciar prescrições
De acordo com profissionais envolvidos na discussão, o programa só poderá ser iniciado quando o município definir um Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), documento necessário para regulamentar critérios de uso, dosagens, acompanhamento e riscos associados ao medicamento. Sem esse parâmetro, médicos não podem prescrever ou administrar o Mounjaro dentro da rede pública.
A ausência do protocolo tem gerado ansiedade entre pacientes que aguardam a implantação e cautela entre profissionais de saúde, que alertam para a necessidade de diretrizes bem estruturadas. O medicamento, apesar de efetivo, exige monitoramento constante e avaliação individualizada.
Anúncio político criou grande expectativa, mas execução não avançou
O projeto foi lançado com forte impacto público e apoio de aliados, que destacaram o investimento de R$ 1,2 milhão como marco para políticas de saúde voltadas à obesidade. Michelly Alencar defendeu que o programa ajudaria pessoas que não têm condições de adquirir o medicamento, cujo custo elevado dificulta o acesso.
Por outro lado, a falta de avanços concretos desde o anúncio gerou questionamentos. Parte da população teme que o programa se transforme em promessa não cumprida, enquanto vereadores cobram mais transparência sobre o cronograma e os critérios de seleção dos beneficiados.
Especialistas alertam para complexidade no uso de canetas emagrecedoras
Endocrinologistas e pesquisadores da área de saúde reforçam que medicamentos injetáveis usados para perda de peso exigem estrutura robusta de acompanhamento. Isso inclui avaliação multiprofissional, exames periódicos, revisões de dosagem e educação dos pacientes sobre possíveis efeitos adversos.
Para especialistas em políticas públicas, a demora indica que o município ainda precisa resolver pontos essenciais, como logística de distribuição, armazenamento adequado e capacitação das equipes que farão o atendimento.
Perguntas frequentes:
Por que o programa ainda não começou?
Porque o município ainda não finalizou o protocolo clínico necessário para liberar o uso do medicamento.
O valor da emenda já pode ser usado?
Somente após o protocolo ser definido e o programa oficialmente iniciado.
Existe previsão de início?
Até o momento, não. A prefeitura afirma que o projeto será implantado, mas sem data confirmada.










