A Prefeitura de Várzea Grande, por meio da Guarda Municipal, lançou nesta segunda-feira (27) a “Operação Céu Azul” com o objetivo de intensificar a fiscalização contra o uso e a comercialização de linhas com material cortante (cerol) em bairros e pontos de venda da cidade. A iniciativa surge após o menino Davi Almeida Franco, de 9 anos, morrer após ser atingido no pescoço por uma linha chilena enquanto andava de bicicleta no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, o que mobilizou autoridades e comunidade. O menino andava com a irmãzinha na garupa quando a linha letal atravessou sua trajetória, e apesar de ter sido socorrido rapidamente, ele não resistiu aos ferimentos.
O risco invisível e as estatísticas alarmantes
As linhas utilizadas em pipas com cerol contêm mistura de cola com vidro moído ou limalha de ferro e produzem cortes que podem ferir gravemente pedestres, ciclistas, motociclistas ou transeuntes em espaços públicos. A prática permanece em crescimento em áreas urbanas das quais a fiscalização é fraca ou inexistente. Dados recentes indicam que somente no estado de São Paulo mais de 1.300 atendimentos ocorreram em 2024 por acidentes com linhas cortantes.
Em Várzea Grande, casos já envolveram motociclistas gravemente atingidos por fios esticados entre postes ou edifícios, enquanto especialistas em segurança pública alertam que esse tipo de artefato opera como uma “arma branca” improvisada nas mãos de crianças e adolescentes, com alto potencial de provocar mortes ou mutilações.
Estratégia de combate: fiscalização, educação e comunidade
A Operação Céu Azul promove ações educativas em escolas e campanhas com pais para alertar sobre os riscos das linhas cortantes. A prefeitura fiscaliza lojas e locais de soltura de pipas para impedir o uso e a venda do material proibido. As autoridades defendem que o sucesso da operação depende da conscientização da população e da adoção de brincadeiras seguras.
O desafio de transformar diversão em segurança
A morte de Davi mostra a urgência de transformar a brincadeira em responsabilidade e cuidado com a vida. Cidades que proibiram o cerol, como em Minas Gerais, reduziram os acidentes graves. A operação só terá sucesso se famílias, escolas e comércios se unirem para eliminar esse perigo das ruas.
Perguntas frequentes:
Ela surge em resposta à morte de uma criança atingida por linha com cerol e ao aumento de acidentes semelhantes em Várzea Grande.
Elas contêm vidro ou metal moído que cortam como lâmina e podem atingir pessoas fora da área de soltura da pipa.
A comunidade deve denunciar uso ou venda de linhas proibidas, educar crianças sobre o perigo e adotar soltura segura de pipas em locais adequados.
