Imposto sobre apostas esportivas causa bate-boca entre Soraya Thronicke e Ângelo Coronel no Senado; veja vídeo

O debate sobre a tributação das apostas esportivas gerou um embate acalorado entre os senadores Soraya Thronicke e Ângelo Coronel durante uma sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A discussão, centrada no peso dos impostos sobre o setor, expôs divergências profundas sobre como o governo deve lidar com o crescimento das chamadas “bets”, um mercado bilionário que ganha força em todo o país.

Soraya defende aumento de impostos e mais rigor

A senadora Soraya Thronicke argumentou que as empresas de apostas precisam contribuir mais com o Estado, já que movimentam altos valores e têm forte presença no cotidiano dos brasileiros. Para ela, é necessário rever a carga tributária atual e impor regras mais claras e rígidas. Soraya destacou que as apostas se tornaram um fenômeno nacional, mas ainda operam em um modelo que, segundo ela, beneficia mais os empresários do que o país.

A parlamentar também enfatizou o aspecto social do debate, lembrando que parte dos lucros das casas de apostas deveria ser direcionada para políticas públicas e programas de conscientização sobre o vício em jogos. “O Estado não pode fechar os olhos para um setor que cresce às custas da vulnerabilidade das pessoas”, afirmou.

Coronel reage e diz que aumento seria “tiro no pé”

Em resposta, o senador Ângelo Coronel discordou das críticas e rebateu o discurso de Soraya. Para ele, o setor já é fortemente taxado, com uma carga total que ultrapassa os 60%, somando impostos federais e estaduais. O parlamentar afirmou que elevar ainda mais a tributação seria um “tiro no pé”, pois poderia levar empresas a buscar países com regulamentação mais leve, prejudicando a arrecadação e incentivando a clandestinidade.

Coronel defendeu que o foco deve ser a fiscalização e o combate a sites ilegais, não o aumento de impostos. “O Brasil precisa atrair investidores, não espantá-los. Quanto mais o governo aperta, mais o mercado informal cresce”, alertou.

Apostas em crescimento e impasse político

O confronto entre Soraya e Coronel reflete um dilema que o Senado ainda tenta resolver: como regular um setor em plena expansão sem sufocá-lo com impostos. As apostas esportivas movimentam bilhões de reais por ano e já se tornaram parte da rotina de milhões de brasileiros, especialmente entre os mais jovens.

Enquanto o governo busca equilibrar arrecadação e controle, o debate segue dividido. De um lado, quem defende mais rigor para proteger o consumidor e aumentar a receita pública; de outro, quem teme que o excesso de tributos inviabilize um setor que ainda está se consolidando.

Perguntas e respostas

Por que Soraya Thronicke quer aumentar os impostos sobre as apostas?
Porque acredita que o setor lucra muito e precisa contribuir mais para o Estado e para programas sociais.

Qual o principal argumento de Ângelo Coronel contra o aumento?
Ele afirma que a carga já é alta demais e teme que novas taxas empurrem empresas para a ilegalidade.

O que está em jogo nesse debate no Senado?
A busca por um equilíbrio entre arrecadação, regulação e o crescimento saudável do mercado de apostas.