Na tarde desta terça-feira (28), um motorista flagrou uma cena impactante na rotatória do bairro Santa Rosa, em Cuiabá. A imagem registrou uma arara-canindé deitada sem vida no canteiro central, bem em frente à agência do Sicredi. A ave não apresentava ferimentos aparentes, o que exclui, a princípio, a hipótese de atropelamento.
A ausência de sinais de violência levantou a suspeita de morte natural. No entanto, nenhum órgão público recolheu o animal até o fim do dia. O flagrante gerou comoção nas redes sociais e reacendeu debates sobre a negligência com a fauna urbana mato-grossense.
Espécie símbolo do Cerrado e Pantanal sofre com avanço urbano
A arara-canindé (Ara ararauna) vive em diferentes biomas brasileiros, incluindo o Cerrado e o Pantanal, e marca presença constante em áreas verdes de Cuiabá. Com penas azuis e amarelas vibrantes, a ave encanta moradores e turistas. Ela mede até 90 cm, forma casais monogâmicos e vive por mais de 30 anos na natureza.
Mesmo fora da lista oficial de extinção, a arara enfrenta riscos diários em zonas urbanas. O desmatamento, a poluição e a ocupação desordenada do solo reduzem os espaços naturais e empurram essas aves para centros urbanos, onde sofrem com colisões, envenenamentos e desnutrição.
Órgãos públicos ignoram o caso e não emitem nota
Até a publicação desta matéria, nem a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) nem o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) se pronunciaram. As duas instituições mantêm obrigação legal de investigar mortes de animais silvestres e providenciar o recolhimento imediato dos corpos.
A Lei Federal 9.605/98, que trata de crimes ambientais, considera crime matar animais silvestres, ainda que por omissão. A legislação também responsabiliza órgãos públicos pela ausência de medidas de prevenção e fiscalização.
Perguntas frequentes
As araras buscam alimento e abrigo onde antes existia mata nativa, hoje substituída por casas, avenidas e prédios.
Sim, a lei brasileira considera crime deixar morrer ou não socorrer animais silvestres em área urbana.
Ligue para a Sema-MT ou acione o Ibama pelo telefone 0800 61 8080; não toque no animal.












