Inteligência artificial promete mudar o jogo das licitações públicas em nova obra lançada no TCE-MT; veja vídeo

O procurador-geral do Ministério Público de Contas de Mato Grosso (MPC-MT), Alisson Carvalho de Alencar, lançou o livro “Compliance Inteligente nas Contratações Públicas – Defesa Efetiva da Concorrência”, durante evento realizado no Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). A obra traz uma proposta ousada: o uso de inteligência artificial e análise de dados para transformar a forma como o poder público realiza suas contratações, tornando o processo mais eficiente, transparente e competitivo.

A tecnologia a serviço da integridade pública

No livro, Alisson defende que a inteligência artificial pode ser uma aliada poderosa no combate à corrupção e ao desperdício de recursos. O sistema proposto seria capaz de cruzar informações de contratos, licitações e empresas fornecedoras, identificando padrões suspeitos e possíveis conluios antes mesmo de o dano ocorrer.
O autor explica que a ideia é usar tecnologia não apenas para detectar erros, mas para preveni-los, fortalecendo o controle interno e a integridade das instituições. A proposta também valoriza a concorrência saudável, ao impedir práticas como sobrepreço e favorecimento indevido em licitações.

O papel do TCE-MT e o foco em resultados

Durante o lançamento, o presidente do TCE-MT, Sérgio Ricardo, destacou que a iniciativa reforça o compromisso do tribunal com a modernização da gestão pública. Para ele, a aplicação de ferramentas tecnológicas é essencial para garantir que o dinheiro público seja utilizado de forma eficiente e com resultados concretos para a sociedade.
A adoção de tecnologias de compliance e inteligência artificial vem ganhando espaço em tribunais de contas de todo o país. A expectativa é que, nos próximos anos, esses sistemas auxiliem não apenas na auditoria de gastos, mas também na orientação de gestores e na tomada de decisão preventiva.

Desafios e oportunidades no caminho da inovação

Apesar do otimismo, especialistas apontam desafios práticos. A maioria dos órgãos públicos ainda carece de estrutura tecnológica, profissionais capacitados e integração de bancos de dados — elementos fundamentais para o sucesso da proposta.
Mesmo assim, o livro de Alisson Carvalho chega em um momento em que o tema da governança digital ganha força. Ele sugere uma nova forma de pensar o serviço público: menos burocracia e mais inteligência. Se colocada em prática, essa abordagem pode redefinir o conceito de transparência e eficiência nas contratações públicas brasileiras.

Perguntas e respostas

O que significa “compliance inteligente”?

É o uso de tecnologia e dados para garantir que contratos públicos sigam regras éticas e legais de forma automatizada e preventiva.

Como a inteligência artificial pode detectar fraudes?

Ao cruzar dados de licitações e identificar padrões atípicos, como empresas repetidamente favorecidas ou preços fora do padrão.

O modelo pode ser aplicado em todo o país?

Sim, mas depende de investimento em tecnologia e capacitação para que todos os órgãos públicos possam operar com eficiência.