A frase dita pelo senador Fabiano Contarato, presidente da CPI do Crime Organizado — “Segurança pública é um direito do povo e um dever do Estado” — reacendeu o debate sobre até que ponto o governo realmente cumpre esse dever. A Comissão Parlamentar de Inquérito, recém-instalada no Senado, promete investigar como o crime organizado se estrutura, se expande e influencia diretamente a vida dos brasileiros.
A nova CPI e o que está em jogo
A instalação da CPI do Crime Organizado ocorre em um momento delicado, marcado por operações policiais de alto impacto e pelo avanço das facções em diferentes regiões do país. O colegiado, presidido por Fabiano Contarato e relatado pelo senador Alessandro Vieira, tem a missão de propor soluções práticas e investigar as falhas nas políticas de segurança pública.
O foco da comissão é identificar os mecanismos que permitem o fortalecimento do crime organizado. Além disso, o grupo deve analisar como o poder público atua — ou falha — ao enfrentar a violência urbana, os esquemas de corrupção e o tráfico de drogas e armas. A expectativa é que, ao fim dos trabalhos, o Senado apresente medidas concretas e legislações mais eficazes para proteger os cidadãos.
O dever do Estado e a cobrança da sociedade
Quando Contarato afirma que a segurança é um dever do Estado, ele aponta para uma responsabilidade constitucional. No entanto, na prática, a sensação de insegurança cresce em várias capitais brasileiras. A população enfrenta o aumento de furtos, assaltos e conflitos entre facções, enquanto muitos ainda esperam por respostas mais efetivas do poder público.
O discurso do senador reforça a ideia de que o problema vai além das ações policiais. É necessário investir em políticas de prevenção, reabilitação de dependentes químicos e fortalecimento da inteligência das forças de segurança. Sem isso, o Estado corre o risco de continuar atuando apenas de forma reativa.
O impacto político e o desafio de não politizar a segurança
A CPI chega em um cenário em que o tema segurança pública se tornou bandeira política. Grupos tentam se apropriar do debate para defender agendas ideológicas, o que pode desviar o foco das soluções práticas. Contarato tenta equilibrar esse campo, afirmando que a segurança deve ser tratada como direito humano, e não como arma partidária.
O desafio é grande: transformar uma pauta complexa em resultados palpáveis. A comissão terá que mostrar, com transparência, se é capaz de apontar caminhos reais para combater o crime organizado e devolver à população o direito de viver sem medo.
Perguntas e respostas
Ela busca entender como facções e milícias operam no país e propor mudanças nas leis para enfraquecer essas estruturas.
Porque ela cobra do Estado uma postura ativa e expõe a falha histórica na garantia da segurança pública.
Se conseguir propor medidas eficazes, pode resultar em políticas públicas mais seguras e no fortalecimento das instituições.












